quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Pensamentos acerca das periferias, centros e a violência.


Estância, 09 de junho de 2010

Tenho feito um trabalho com um grupo de adolescestes de um bairro periférico da cidade de Estância-se, um bairro cuja historia vem de violência, prostituição e tráficos de drogas. Esse bairro tem um terço da população da cidade, por tanto uma massa decisiva em eleições. No grupo de teatro que criei a discução estética mais forte do grupo é uma peça de teatro-fórum: Correndo atrás do futuro, na qual a discução é sobre o preconceito social, como a idéia preconcebida em palavras e olhares sobre os moradores da cidade nova dificulta a sociabilidade em vários espaços sociais, profissionais e educativos da comunidade.
Então vejamos, analisando no sentido geográfico os centros sempre são periféricos a algum outro centro, no sentido financeiro também, é periférica aquela de menos movimentação capitalista, no sentido cultural também, no sentido artístico comercial também. Se todos nós somos periferias e centro de alguma coisa ou lugar, estamos na mesma luta contra ser marginal. Do meu ponto de vista pratico durante esses dois anos de trabalho com a peça correndo atrás do futuro vejo que essas situações é fruto da política atual centralista, onde o fazer está mais ligado ao mostrar do que transformar. Por exemplo: todo evento de manifestação artístico e cultural se da no centro da cidade, porque não realizar eventos em outros espaços, porque todos teem que ir até o centro para contemplar as atividades, os prédio, as pessoas bem sucedidas? É daí que começa a ser concretizado nos neurônios que o centro é mais importante, sim, com essa política ele si torna importante, porque o tornamos importantes, porque não dar importância as periferias, as pessoas da periferias, com atividades artísticas, culturais e econômicas. Tenho visto uma situação que me incomoda, existe uma política que centraliza suas atividades e verbas nos centros e quando realiza uma obra, atividade que na maioria das vezes mínima, grita aos ventos e ouvidos o heroísmo que estão fazendo para os menos favorecidos. É uma política que tira proveito dos seus defeitos e por esse anglo faz a massa se contentarem com pouco e desse jeito vai manipulando verbas, votos e vontades. Por outro lado essa classe excluída de direitos se revolta, pela ausência de dinheiros e uma educação familiar, ai alguns em situações estremas de nessecidades organicas vão roubar, porque também lá a escola não teem uma estrutura praserosa e as famílias se multiplicam sem recursos para sobreviver aumentando assim o numero de menos favorecidos. O roubar é fora da lei, mas não é fácil não ter o café, não ter um trabalho e quando com vigor busca o trabalho é descriminado por estar naquela periferia e você volta para casa e no meio do caminho você passa por um jovem filho do vereador, ou deputado em seu caro possante com a menina da sua rua bem provável que menor de idade, ela também sem dinheiro, buscando uma saída e fazendo do seu corpo sua arma de conquista de espaço, mas depois de um mês ela está abandonada, porque ele que veio do centro vai prostituindo elas que usam a única coisa que tem; e ele sucumbi a moral das pessoas com o seu poder. É certo que somos grandes e temos força de matar a formiga, mas, isso não nos dar o direito de tirar sua vida! Então como enfrentar essa opressão silenciosa e gritante ao mesmo tempo? Que ação social concreta e continuada nós podemos fazer? Para mim, teria que ter uma reformulação geral da idéia geográfica de criação de centralidades de poder, mas como começar essa reformulação geral? Como buscar esse entendimento ou outro diferente no povo oprimido nessas circunstâncias de preconceitos sociais? Eu ainda não sei, só sei que fazendo apresentações de teatro-fórum provocamos os espect-atores a retomar o seu poder, o poder de pensar de criar, de sonhar e, sobretudo agir diante do que se ver.
Por Tarcísio Ramos
Imagens da Estética do Oprimido

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